Este item tão importante merece reconhecimento. O que seria de qualquer veículo sem o pneu? É ele que aguenta o asfalto, as estradas de terra, areia, água, pedras e mais um monte de tipo de terreno. Em resumo, é ele que coloca seu veículo em contato com o chão.
Nesta publicação vamos procurar entender tudo que for importante sobre o pneu, como informações de tamanho, tipo, marca, desempenho, custo/benefício e algumas outras. Acompanhe.
Um pouco de história
Quando o escocês Robert William Thomson inventou o pneu em 1846 ele certamente não imaginou quão utilizado este produto seria e como ele evoluiria.
Tudo começou muito simples. O pneu naquela época tratava-se de um tubo com várias camadas de tela, cheia de borracha e por fora uma camada de couro. Nascia portanto o pneu. Já consolidado, numa segunda versão o pneu passara a ser utilizado com ar, igual aos modelos que temos hoje, porém também revestido por couro e bem menos tecnológico do que atualmente.
Nem imaginava-se naquela época veículos automotores. Ele era inicialmente empregado em carruagens. Já em 1888 ele começou a ser utilizado em maior escala, em carros da Benz.
Matérias-primas
Você acha que o pneu é feito apenas de borracha? Pois está muito enganado. Segundo o site do Sindicato Nacional de Indústria de Pneumáticos (Sinpec), no pneu de passeio, a borracha predomina, sendo 27% sintética e 14% natural. Também faz parte da composição do pneu o negro de fumo, que constitui 28% da composição. Os derivados de petróleo e produtos químicos respondem por 17%, o material metálico (ou aço) por 10% e o têxtil por 4%.
Ainda segundo o Sinpec, existem pneus de automóveis que são projetados para suportar altas velocidades, enquanto pneus de carga são fabricados de acordo com o peso que deverão sustentar. Portanto, nestes casos dos pneus de carga (caminhões), a quantidade de borracha natural é de aproximadamente 30%.
Tipos de pneus
Existem inúmeros tipos de veículo, cada um deles rodando num tipo de terreno diferente. Mesmo sendo parecidos, os pneus são desenvolvidos de acordo com a função que vão desempenhar e as características do terreno que serão utilizados. Os principais tipos de pneus são: on road, off road e misto. Entenda cada um deles.
On Road
A tradução simples de On Road seria “Na Estrada”, ou seja, são pneus adequados para veículos que andam na maior parte do tempo em asfalto.
Esse tipo de pneu é feito para garantir maior aderência, com uma superfície de contato maior devido aos sulcos menores.
Off Road
Neste caso, também em tradução simples, temos veículos “Fora da Estrada”. Isso remete basicamente a terrenos sem asfalto, como estradas de terra, lama, etc.
Seus sulcos são mais largos, mais robustos e também mais resistentes.
Posso utilizar esse tipo de pneu no asfalto? Poder até pode. Quem não vai gostar muito disso é seu bolso, pois o desgaste é muito maior, o que vai levar o pneu a rodar uma quilometragem bem menor do que se rodasse apenas em terrenos adequados.
Misto
Como o próprio nome sugere, este tipo de pneu é para você que usa com frequência todos os tipos de terreno acima citados. O desempenho máximo não será atingido como nos pneus específicos, pois ele é feito com sulcos intermediários, o que garante um pouco mais de aderência no asfalto, porém não tanto como o On Road, e também não vai ser adequado para trilas mais severas, pois não é tão resistente quanto o Off Road.
Diagonal ou Radial?
Mais um tipo de divisão nos pneus, o Diagonal possui camadas de lonas, compostas por fibras têxteis sobrepostas, uma por cima da outra diagonalmente.
Já o Radial, conta com uma tecnologia mais avançada, usando cordas metálicas que se cruzam perpendicularmente.
Achou meio confuso? Tem um vídeo muito bom da fabricante Michelin explicando as diferenças. Veja:
Componentes/Partes de um pneu
Como já podemos ver um pouco, um pneu é feito de muitas coisas. Vamos agora entender suas partes, desde a primeira camada interna até a última camada externa.
- Talão: é a parte mais interna, que entra em contato direto com a roda;
- Aro do talão: é um elemento interno do talão, que fixa o talão à roda do veículo;
- Carcaça: são cabos/fibras colados na borracha, fundamentais para que o pneu seja resistente à pressão;
- Flancos: são componentes de borracha que ficam externamente entre a banda de rodagem e os talões e protegem seu pneu contra choques na carcaça;
- Lonas: revestimento do pneu que serve para aumentar sua proteção;
- Banda de rodagem: é a parte do pneu que fica em contato direto com a estrada;
- Sulcos: são aqueles buracos e fendas na banda de rodagem, que acompanham a circunferência do pneu longitudinalmente. Sua principal função é escoar a água em estradas molhadas, garantindo assim maior estabilidade ao veículo;
- Ranhuras: como o próprio nome sugere, são buracos menores que os sulcos, também na banda de rodagem, mas sua função principal é esfriar os pneus, pois o ar passa por elas;
- Ombros: parte que fica entre a banda de rodagem e o flanco;
Faltou algum componente? Certamente. Como vimos o pneu é algo bem complexo, com muitas camadas e materiais, mas as partes que citamos acima são as principais.
Números dos pneus
Em todos os pneus encontramos uns números na lateral. Para a maioria dos motoristas, aqueles números são o mesmo que uma frase em mandarim, ou seja, não dá para entender. Mas, fique calmo. É muito mais fácil entendê-los do que o próprio mandarim. Como uma imagem vale mais do que mil palavras, a imagem abaixo explica em detalhes o que são aqueles números nos pneus.
Índice de Carga
O índice de carga de um pneu é um código numérico que corresponde à carga máxima de peso que um pneu pode suportar sob sua máxima pressão de calibragem. Para saber qual o índice adequado para o seu carro, basta que o código do novo pneu seja igual ou superior ao do pneu original. Para saber o índice de carga de um pneu, basta consultar o código que vem logo após a medida do pneu (Exemplo: 175/70R13 82T) e consultar na tabela de índice de carga (abaixo) a capacidade em KG correspondente.
Índice de carga | Peso (em KG) | Índice de carga | Peso (em KG) | Índice de carga | Peso (em KG) |
---|---|---|---|---|---|
75 | 387 | 97 | 730 | 119 | 1360 |
76 | 400 | 98 | 750 | 120 | 1400 |
77 | 412 | 99 | 775 | 121 | 1450 |
78 | 425 | 100 | 800 | 122 | 1500 |
79 | 437 | 101 | 825 | 123 | 1550 |
80 | 450 | 102 | 850 | 124 | 1600 |
81 | 462 | 103 | 875 | 125 | 1650 |
82 | 475 | 104 | 900 | 126 | 1700 |
83 | 487 | 105 | 925 | 127 | 1750 |
84 | 500 | 106 | 950 | 128 | 1800 |
85 | 515 | 107 | 975 | 129 | 1850 |
86 | 530 | 108 | 1000 | 130 | 1900 |
87 | 545 | 109 | 1030 | 131 | 1950 |
88 | 560 | 110 | 1060 | 132 | 2000 |
89 | 580 | 111 | 1090 | 133 | 2060 |
90 | 600 | 112 | 1120 | 134 | 2120 |
91 | 615 | 113 | 1150 | 135 | 2180 |
92 | 630 | 114 | 1180 | 136 | 2240 |
93 | 650 | 115 | 1215 | 137 | 2300 |
94 | 670 | 116 | 1250 | 138 | 2360 |
95 | 690 | 117 | 1285 | 139 | 2430 |
96 | 710 | 118 | 1320 | 140 | 2500 |
Índice de Velocidade
O número portanto é o índice de carga, já a letra que vem logo na sequência, que na imagem é um “V”, significa o índice de velocidade. Veja na tabela abaixo as letras correspondentes aos índices de velocidade:
Símbolo de Velocidade | Velocidade máxima |
---|---|
N | 140 |
P | 150 |
Q | 160 |
R | 170 |
S | 180 |
T | 190 |
U | 200 |
H | 210 |
V | 240 |
W | 270 |
Y | 300 |
Calibragem
Abastecer o carro já é uma coisa que muitas pessoas não gostam, fazem porque realmente não há outra possibilidade. Agora, no que diz respeito à calibragem (pressão adequada de ar no pneu), além de ser uma coisa chata de se fazer, ela é prorrogável, ou seja, dá para adiar. O ideal que muitos comentam é calibrar os pneus a cada 15 dias, mas não é difícil encontrar gente que fica um mês, dois, três ou até aquele que nunca calibrou. Para estes, fica um alerta: você está perdendo dinheiro!
Um pneu mal calibrado, além de gastar mais combustível, possui uma vida útil bem menor. Você gasta mais para rodar, e a cada km rodado, seu pneu fica mais próximo de ser trocado. Mas, você deve estar se perguntando: qual é a calibragem correta para o pneu do meu veículo? Essa resposta deve ser vista no manual do mesmo ou no próprio veículo, geralmente na tampa de combustível ou na lataria das portas você encontra um adesivo com a calibragem ideal para o veículo vazio (leve) e ocupado (pesado).
Alinhamento
Não é difícil identificar um veículo mal alinhado. O motorista sente o veículo puxar ou para a esquerda ou para a direita. Quando isso ocorre, seu veículo está desalinhado. Além do incomodo ao dirigir, você vai sofrer também com o bolso, pois o pneu vai desgastar de forma errada (mais de um lado do que do outro), o que vai lhe obrigar a trocar também antes do prazo.
Balanceamento
De acordo com a fabricante de pneus Michelin, não realizar o balanceamento ou realizar um procedimento mal feito nas rodas dianteiras e traseiras pode causar no veículo algumas vibrações, que serão sentidas principalmente no volante, no piso do carro, no painel de instrumentos ou nos assentos. A intensidade dessas vibrações vão depender das faixas de velocidades.
O balanceamento nas quatro rodas é absolutamente essencial para o conforto na condução e na manutenção do desempenho dos pneus.
Quando trocar os pneus
Quando chega a hora de trocar os pneus, sempre vem aquele desespero, afinal de contas, trocar os 4 pneus, dependendo do modelo do veículo e do tipo da roda, vai sair um pouco $algado.
Todo pneu tem uma marca nos sulcos principais que mostram exatamente o momento de trocar. Quando essa marca fica no mesmo nível da banda de rodagem, é o momento de trocar. Muitos pensam que a hora de trocar é quando o pneu está careca. Muito pelo contrário. Quando o pneu está careca ele já passou da hora de trocar, e é justamente neste momento que poderão ocorrer acidentes, além é claro de levar uma multa e perder alguns pontos na carteira. A imagem abaixo ilustra bem essa marca. Veja:
Além do motivo de desgaste pelo uso, tem também a validade do pneu. Sim, apesar de ser de borracha, ele tem um tempo ideal de uso, que vai depender claro do fabricante, e que você deverá acompanhar para garantir que esteja rodando com pneus adequados.
Existem situações também de choques muito violentos nos pneus que podem danificá-lo de tal maneira que você vai precisar substituir. Se ficar com alguma dúvida sobre o momento exato de quando trocar seu pneu, não esqueça de levá-lo a algum especialista para ele lhe indicar o melhor a ser feito.
Comprar o pneu certo
Na verdade o pneu certo vai ser sempre aquele que o fabricante indica, seja por tipo, modelo, marca ou qualquer outro fator. A questão é que nem sempre dispomos do valor que as principais marcas de pneus pedem, e vamos para as chamadas marcas de “segunda”, ou seja, pneus mais baratos e que cabem no bolso do motorista.
Vale reforçar que, na dúvida, procure sempre um especialista. Como vimos no começo da publicação, o pneu é a parte mais importante de qualquer veículo, pois é ele que faz o contato deste com o solo, e você não vai querer ficar na mão por ter escolhido um pneu de baixa qualidade, ou mesmo se envolver num acidente por não ter cuidado adequadamente dos seus pneus.
Futuramente, vamos escrever novas publicações sobre pneus, pois temos outros assuntos ainda para tratar, como recuperação (borracharia), pneu remold e outros assuntos.
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Referências:
https://www.pneufree.com.br/centraldeajuda/saibamaissobrepneus/indicecargaUC
https://www.goodyear.com.br/classificacao-velocidade-pneu